AI fica de fora das transações. Brasileiro quer mesmo é o corretor

AI fica de fora das transações. Brasileiro quer mesmo é o corretor
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O uso da inteligência artificial na hora de comprar a casa própria ainda é tímido entre os brasileiros.

Uma pesquisa da consultoria Brain mostra que apenas 1% das operações de compra no País foram realizadas totalmente com o auxílio de ferramentas e plataformas de AI e virtualmente.

O levantamento aponta que 88% dos compradores ainda preferem um atendimento humano, reforçando o papel dos corretores como vetores de negócios no setor.

Guilherme Werner, sócio da Brain, diz que a desconfiança dos consumidores com as novas tecnologias – e o receio de possíveis vazamentos de informações pessoais – são as principais barreiras para a adesão do público às ferramentas.

Na pesquisa, 83% dos entrevistados disseram não achar seguro realizar a compra do imóvel com o auxílio de inteligência artificial.

“A compra de um imóvel é um dos principais momentos na vida de muitas famílias brasileiras, e pode ser que esse fator humano nessa negociação ainda seja preponderante na tomada de decisão do consumidor,” ele disse.

Mesmo em um cenário de garantia de segurança de dados, apenas 14% estariam dispostos a realizar uma compra 100% online com ajuda de AI.

Mas segundo a consultoria, 36% aceitariam interagir com as ferramentas apenas para obter informações iniciais, enquanto 62% preferem o atendimento humano desde o início do processo.

A pesquisa aponta que o uso das novas tecnologias hoje está restrito às buscas, comparações entre imóveis e esclarecimento de dúvidas.

“Pode ser que as pessoas tenham usado alguma ferramenta de busca – com AI embarcada – mas sem saber disso. O que nós vemos é que essas ferramentas ainda não aparecem no transacional do mercado,” diz o consultor.

Mesmo que a AI não tenha chances de substituir o papel do corretor, Werner diz que o mercado imobiliário poderia se beneficiar do uso de ferramentas mais avançadas nos processos de qualificação de leads, apresentação de produtos e triagem entre quem apenas quer se informar e quem efetivamente está interessado na compra.

“O segmento imobiliário é, historicamente, um mercado que demora a embarcar em novas tecnologias. Mas, com o aumento significativo do custo de captação de leads, talvez esse seja o momento de virada,” diz Werner.

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