A Maybourne — a hoteleira inglesa com investimento catari que opera o Claridge’s, The Connaught e The Berkeley em Londres — se prepara para uma estreia ousada em Paris em 2027.

A marca está transformando em um hotel de luxo o Îlot Saint-Germain — o prédio-quarteirão localizado no 7º arrondissement (como são chamadas as divisões administrativas da cidade), que já abrigou um convento, um salão literário frequentado por Voltaire e o Ministério da Defesa.

O empreendimento terá 101 quartos de hotel e 23 branded residences, que já podem ser pré-reservadas e estão entre os imóveis mais caros do país.

O preço do metro quadrado no Maybourne Saint-Germain começa em € 55 mil, bem acima do que é praticado no bairro de Invalides (onde fica a propriedade) e um dos valores mais altos de toda a França.

“Os preços são elevados porque será muito difícil encontrar outro projeto que reúna história, localização, arquitetura, design e serviços como esse,” Alexander Kraft, o presidente da Sotheby’s na França, disse ao Metro Quadrado. “É a definição de imóvel-troféu.”

Com a metragem padrão dos apartamentos, os preços variam entre € 6 milhões e € 15 milhões — mas o corretor diz que é possível combinar imóveis.

As 23 residências, que variam entre um e três quartos e já virão totalmente mobiliadas e decoradas, se dividem em dois blocos.

Um deles, com saída para a rue de l’Universite, terá 16 unidades projetadas pela parisiense Laura Gonzalez, arquiteta e designer de interiores conhecida por trabalhos que realizou para Cartier e Printemps.

O outro, voltado para a rue Saint Dominique, conta com 7 apartamentos maiores — de até 270 m² — pensados pela equipe do também francês Pierre-Yves Rochon, que esteve em projetos das hoteleiras Waldorf e Emory.

Como é de praxe nas branded residences, os proprietários terão acesso às mesmas comodidades dos hóspedes de estadia curta, incluindo serviço de quarto 24 horas, limpeza, manobrista e lavanderia.

E também poderão usufruir da infraestrutura do hotel, que terá seis restaurantes, incluindo um japonês e uma confeitaria; um clube de wellness; e três piscinas, uma delas localizada na cobertura, com vista para a cidade, e outra de 25 metros exclusiva para residentes.

Kraft disse que tem havido grande interesse desde que começaram a aceitar pré-reservas no início de abril e que já há compradores apalavrados para metade das residências.

Entre os interessados, 95% são estrangeiros, com destaque para norte-americanos e cidadãos do Oriente Médio. O corretor diz que alguns brasileiros também andaram perguntando pelo empreendimento.

“No longo prazo, é um investimento em um imóvel único localizado em uma das zonas mais nobres de Paris, mas essa não parece ser a motivação dos possíveis compradores. São pessoas que têm tudo e querem possuir algo que é quase inalcançável,” disse Kraft.