Brookfield: corporativos de uso misto são a bola da vez

Brookfield: corporativos de uso misto são a bola da vez
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As empresas estão mais exigentes na hora de escolher o endereço dos seus escritórios. Além de analisar espaço e localização, estão mais preocupadas com os serviços no entorno e os amenities dos prédios – uma tendência do pós-pandemia.

De olho nesse cenário, a Brookfield Properties – o braço de gestão de ativos imobiliários da Brookfield Asset Management – está focada este ano em ter ativos de uso misto, com acesso a restaurantes, conveniências, hotéis e outros serviços.

“Um locatário nosso, com seis mil metros quadrados alugados, escolheu um edifício justamente por esses diferenciais”, o presidente executivo Hilton Rejman disse ao Metro Quadrado

“Dificilmente veremos novos prédios do tipo ‘stand-alone’ surgindo.”

A empresa tem mapeado o mercado para fazer aquisições de prédios, por entender que o momento de juros altos e o aumento do endividamento cria oportunidades.

Um outro caminho tem sido reformar os prédios adquiridos, para atrair essa demanda mais exigente e ao mesmo tempo oferecer preços mais elevados.

Hilton Rejman ok

Foi o que a gestora fez com os prédios corporativos comprados em 2022 da BR Properties, que dobraram o seu portfólio de 400 mil m² para 800 mil m².

Adquiridos por R$ 6 bilhões, os ativos estavam precisando de reformas e inicialmente derrubaram a taxa de vacância da gestora para 70%.

Depois de arrumar a casa e fazer um face lift em alguns imóveis, a Brookfield conseguiu elevar a taxa de ocupação para 90% ao final de 2024, acima dos 75% de 2023 e perto do que tinha em 2021, de 91%.

Para reduzir a vacância, foram 100 mil m² em novas locações no ano passado. Prestes a fechar os números de locação do primeiro trimestre de 2025, a empresa já adicionou mais 20 mil m² neste ano em locações.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a locação de novas áreas cresceu 54%.

Hoje, são 27 edifícios corporativos Triple-A, com 830 mil m² de área bruta locável entre São Paulo, Rio e Brasília.

Mas é São Paulo quem mais contribui para a melhora dos resultados, em razão da retomada mais forte do trabalho presencial na capital.

“Nós vimos que o escritório é fundamental para passar a cultura e manter a eficiência dos trabalhos,” disse.

Hilton também atribui o aumento da demanda por edifícios corporativos em São Paulo à chegada de novas empresas estrangeiras, como as bets e as montadoras chinesas.

Entre as áreas com maior demanda estão a região da Av. Faria Lima – já tradicional – e a da Av. Chucri Zaidan.

Com o mercado aquecido, o preço também está em alta.

Depois de adquirir quatro edifícios da Cyrela na Faria Lima, o prédio médio cobrado do inquilino nos imóveis subiu de R$ 200 para R$ 320.

Na Chucri Zaidan, o valor do metro locável subiu 26%.

“A Faria Lima acabou puxando os preços de locação para cima na cidade,” disse.

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