Se essa rua fosse minha: o caso da Uberabinha

Uma pequena via da Vila Olímpia vai ganhar uma cara nova.
A Rua Uberabinha – que tem apenas uma quadra e liga a Av. Hélio Pellegrino à Rua Quatá – vai passar por uma revitalização bancada pelo Insper, que ocupa três imóveis na Quatá e tem planos de integrá-los.
A Uberabinha conecta dois dos três prédios da instituição e é caminho para cerca de 2 mil alunos pela manhã e mais de 3 mil à noite, sem contar trabalhadores, moradores e alunos de outras instituições de ensino no entorno, como a Universidade Anhembi Morumbi e a Escola Waldorf.
A proposta de revitalização foi enviada pelo Insper à Prefeitura em novembro de 2023 e estima investimento de R$ 8 milhões.
O acordo foi assinado nos últimos dias, dois meses depois de o Insper adquirir o mais recente dos seus três prédios, por R$ 170 milhões. O edifício antes pertencia ao Patria e tinha a instituição de ensino como inquilina.
“Queremos tornar essa região cada vez mais ativa. Quando a rua ganha vida, isso reduz violência e traz dinamismo para o bairro,” André Marques, o diretor financeiro do Insper, disse ao Metro Quadrado.
O acordo foi firmado no âmbito do programa municipal Repensando Espaços Públicos, que tem como objetivo requalificar áreas urbanas por meio de parcerias entre o poder público e a sociedade civil, sem repasses financeiros da Prefeitura.
A sugestão do Insper incluía apenas a requalificação da Rua Uberabinha, mas após audiências públicas com moradores da região, a instituição de ensino também acolheu pedidos para melhorar trechos de outras vias, como a Baluarte e a própria Quatá.
“Essas outras intervenções encarecem o custo, mas fazem sentido para a integração com o entorno,” disse Marques.
“Com o tempo, Prefeitura, Insper e vizinhança vão aprender com esse projeto, e dependendo da evolução, pode ser que surjam outras melhorias em novas etapas.”
As obras vão incluir a substituição de calçadas e da pavimentação da via, a implantação de travessias elevadas para pedestres, a criação de um sistema de microdrenagem para retenção da água da chuva e a instalação de mobiliário urbano.
Também estão previstas intervenções no paisagismo, ampliação das áreas verdes, pinturas de sinalização e novas placas, e até a análise de viabilidade para o enterramento das redes de energia e telecomunicações.
O Insper não terá benefícios fiscais nem contrapartidas oficiais por assumir o projeto.
“Parcerias desse tipo, que não demandam recursos da Prefeitura e seguem rigorosos critérios de interesse público, trazem benefícios significativos a toda a população,” disse a Prefeitura.
Enquanto a Uberabinha aguarda o início das obras, a Prefeitura já avalia novos pontos da cidade que podem receber projetos semelhantes.
Entre os casos mais avançados estão a Rua Afonso Braz, na Vila Nova Conceição, e a Rua Professor Otávio Mendes, entre os prédios do Masp.