CEPACs da Água Branca voltam ao mercado – e encalham

O novo leilão de CEPACs da Operação Urbana Água Branca terminou com baixa adesão.
A Prefeitura de São Paulo ofertou 24 mil certificados — metade residenciais, metade não residenciais —, mas só conseguiu vender 7.301 não residenciais, e nada para projetos de moradia.
O valor total arrecadado foi de R$ 8,2 milhões.
Os certificados, que aumentam o potencial de construtivo de terrenos, abrangem trechos da Barra Funda, Pompéia, Perdizes e Água Branca – uma área que tem apresentado uma boa demanda para residenciais e corporativos, em especial a Barra Funda, mas o preço pedido foi considerado alto demais por incorporadoras.
Nem mesmo empresas que já atuam na região demonstraram interesse, como Tecnisa, Vitacon, Alimonti e Grupo Kallas.
Os valores mínimos fixados eram de R$ 1.093,42 para os certificados residenciais e R$ 1.128,27 para os não residenciais. Se tivesse vendido a totalidade, a Prefeitura teria arrecadado R$ 26,6 milhões.
Pelos cálculos do sócio de uma incorporadora, a conta só fecha se o projeto vender apartamentos com o metro quadrado a pelo menos R$ 15 mil, o que é inviável para a maioria dos empreendimentos da região.
“Quem constrói ali tem feito projetos HIS justamente para não precisar de CEPACs,” ele disse ao Metro Quadrado.
A região é tratada como promissora pelo mercado – por estar antes do Rio Tietê, ter ampla oferta de transportes, bons terrenos, pouca densidade e estar perto de áreas de escritórios –, mas ele estima que o preço teria de cair para algo em torno de R$ 500 para começar a valer a pena.
O leilão já era um rescaldo do que sobrou da primeira rodada, realizada em dezembro de 2023.
Na ocasião, a Prefeitura ofertou 350 mil CEPACs residenciais, dos quais 214 mil foram arrematados, movimentando R$ 234 milhões.
Esse foi o segundo leilão de CEPACs feito pela Prefeitura neste ano.
Em agosto, o foco foi na Faria Lima, e a adesão também ficou abaixo da expectativa. Dos 164,5 mil certificados oferecidos, 57% foram vendidos, no preço mínimo de R$ 17,6 mil.
Os recursos arrecadados com as vendas vão para obras previstas na lei da operação urbana, como habitação de interesse social, reurbanização de favelas, drenagem e preservação de patrimônio.







