Bancos tentam “evitar trauma” no setor imobiliário, diz CEO da Direcional

Com a Selic a 15%, os bancos estão fazendo “um grande esforço para evitar um trauma no setor imobiliário,” o CEO da Direcional, Ricardo Gontijo, disse hoje num evento do Citi.
A incorporadora se preparou para um 2025 muito mais duro do que o que está experimentando, em especial para empreendimentos fora do Minha Casa Minha Vida, que dependem mais do funding da poupança.
No entanto, diferentemente do que ocorreu na crise dos distratos, os bancos reduziram o financiamento para a produção mas continuam expandindo o crédito para o comprador final, garantindo que quem comprou na planta consiga o recurso quando a obra é entregue.
“O cliente que pagou 30% a 35% na obra está conseguindo o financiamento no final, e por isso não vemos um cenário dramático para as incorporadoras, porque o ciclo está sendo finalizado,” ele disse.
Por outro lado, a expectativa é que haja uma redução de novos projetos e um aumento do financiamento por meio de fundos imobiliários.
“A dificuldade para iniciar novas obras está muito maior do que eu imaginava,” disse Gontijo. “O financiamento para PJ, que foi de R$ 187 bilhões no ano passado, foi drasticamente cortado em cerca de R$ 50 bilhões.”
Já no MCMV, o principal mercado para a Direcional, o CEO disse que a demanda segue muito forte.
O segmento ganhou um novo impulso com a criação da Faixa 4, que ampliou as regras para imóveis de até R$ 500 mil e famílias com renda de até R$ 12 mil. A nova faixa foi viabilizada pela adição de R$ 30 bilhões em recursos que vieram do fundo do pré-sal.
“Estamos bem otimistas para o segundo semestre, com os meses de maio e junho tendo uma performance superior à de abril,” disse.