RFM quer um ‘altíssimo padrão’ na Faria Lima. Só falta o CEPAC

RFM quer um ‘altíssimo padrão’ na Faria Lima. Só falta o CEPAC
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Um cobiçado terreno da Av. Faria Lima que hoje abriga uma agência do Santander, perto do shopping Iguatemi, poderá virar um residencial de luxo da incorporadora RFM-E – a joint venture entre a RFM e a Even para projetos de alto padrão em São Paulo.

A empresa já tem um acerto com o Santander para comprar uma controlada do banco que é dona da área, a Summer Empreendimentos.

O acordo, porém, tem uma série de condicionantes para ser efetivado. A mais importante delas é a realização do leilão de CEPACs para a região da Faria Lima que a Prefeitura está prometendo para este semestre.

A RFM-E espera as condições da oferta – como o preço de cada certificado – para saber se a conta vai fechar para o projeto, e assim seguir com o acerto.

Por enquanto, as discussões na Prefeitura indicam que serão 158 mil CEPACs a R$ 17,6 mil cada, o mesmo preço do leilão anterior, de 2021. A cidade não pode praticar preços inferiores ao do último leilão.

O residencial que a RFM-E planeja para a área ainda está em fase de estudo. No momento, a estimativa é de um VGV de R$ 650 milhões, para um prédio de um apartamento por andar, de cerca de 400 m² cada.

“A ideia é fazer um edifício de altíssimo altíssimo padrão,” o CEO Marcelo Moraes disse ao Metro Quadrado.

Marcelo Moraes ok

Segundo ele, o projeto só se viabiliza com a compra dos CEPACs, que elevariam o potencial construtivo da área. A Prefeitura prevê que o leilão deve elevar o potencial de 1x para até 4,8x.

A quantidade necessária de CEPACs que um investidor precisa comprar depende da finalidade do empreendimento (residencial ou comercial) e da exata localização.

Pela tabela que a Prefeitura já divulgou, os CEPACs para residenciais são mais baratos, o que torna mais fácil a viabilidade dos projetos, já que o metro quadrado na Faria Lima é mais caro para apartamentos do que para escritórios.

Também por isso, investidores que operam prédios comerciais têm buscado incorporadoras que atuam no residencial para fazer edifícios de uso misto com os CEPACs.

A RFM-E diz que, por enquanto, seu projeto é 100% residencial, mas não descarta uma possível parceria. “Como há muitas variáveis em jogo, não vamos fechar as portas,” disse Marcelo.

A RFM-E foi criada há três anos para concentrar o negócio de incorporação da RFM, empresa fundada há 45 anos como uma construtora, e trazendo a Even como sócia. Cada empresa tem 50%.

Já como JV, lançou seus dois primeiros projetos no ano passado (com VGV somado de R$ 1 bilhão) e prepara mais quatro para este ano (VGV de R$ 1,4 bilhão), todos de alto padrão, em bairros como Jardins e Itaim.

A RFM tem entre seus fundadores o pai de Marcelo, o empresário Márcio Botana Moraes, que também é acionista da Even e passou de conselheiro a CEO da incorporadora em 2023.

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