Bradesco BBI: Dividend yield da Allos já supera a maioria dos FIIs

Os dividendos turbinados da Allos podem provocar um upside nas ações da administradora de shoppings centers, segundo o Bradesco BBI.
O banco de investimentos atualizou o preço-alvo dos papéis de R$ 34 para R$ 37 — com potencial de alta de cerca de 34% ante o fechamento de ontem — e reforçou a recomendação de compra após analisar a nova política de proventos da companhia.
A Allos anunciou no mês passado que vai triplicar a distribuição mensal de dividendos, pagando cerca de R$ 150 milhões por mês para os acionistas — ou R$ 0,29 por ação.

O CEO Rafael Sales disse ao Brazil Journal que a motivação por trás do aumento dos proventos é melhorar o uso do capital — o capex de 2026 é baixo, tornando o pagamento de proventos a melhor alternativa para a companhia.
O dividend yield estimado após o anúncio é de 12,2%, nos cálculos do BBI, percentual que supera o da maioria dos fundos imobiliários brasileiros e de ações de setores que servem como proxy para títulos de dívida, como papéis de utilities e concessionárias de infraestrutura e transporte.
O XP Malls (XPML11), por exemplo, maior FII do setor, tem um DY de 10,4%, enquanto Multiplan e Iguatemi registram um percentual abaixo dos 4%.
Para os analistas, essa distância entre a Allos e a concorrência reforça a percepção de que os investidores que focam em dividendos podem impulsionar a valorização das ações.
Além de atrair um novo perfil de acionistas, a política também traz outros três benefícios para a companhia, ainda na visão do BBI.
“Reduz a duration do fluxo de caixa da ação, diminui a volatilidade impulsionada pelas taxas de juros em um ano eleitoral e posiciona a tese de investimento da Allos como uma opção high yield, melhorando o perfil de risco e retorno ao limitar as perdas,” escrevem os analistas em relatório.
Para o Bradesco BBI, há ainda convicção de que a distribuição no nível anunciado é sustentável para os próximos dois anos e também deve ser viável para 2028, com base nas reservas de lucro da companhia.
A partir de 2029, porém, a Allos precisará de R$ 500 milhões adicionais na reserva para manter o pagamento dos R$ 0,29 por ação mensais.
Os analistas dizem que há alternativas para viabilizar esse montante, incluindo o lucro com potenciais vendas de ativos.
“Não vemos restrições de caixa relevantes em relação a esses dividendos com a alavancagem permanecendo abaixo de 2x EBITDA.”







