Iguatemi eleva lucro em 28%, mas vê macro desafiador

Iguatemi Sao Paulo 01 1
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Mais uma vez a Iguatemi demonstrou resiliência em tempos de restrições ao consumo.

Mais exposta às classes A e B, a rede da família Jereissati elevou o lucro líquido em 21,9% no quarto trimestre ante igual intervalo do ano anterior, para R$ 164,1 milhões, mesmo com o Banco Central acelerando o ritmo de aperto de juros para frear a inflação.

No acumulado anual, o resultado subiu 28,1%, para R$ 497,5 milhões, enquanto o Ebitda cresceu 11,4%, para R$ 1,02 bilhão, e o fluxo de caixa operacional (FFO) ajustado avançou 23,2%, para R$ 693,2 milhões.

Guido Oliveira ok

Ao Metro Quadrado, o CFO Guido Oliveira ressaltou que, na frente operacional, os lojistas têm demonstrado boa saúde financeira. “Estamos operando com um nível de inadimplência líquida negativa de 1,1% no ano”, disse.

As vendas na mesma base, excluindo o recém-adquirido RioSul, cresceram 10% e os aluguéis subiram até 6,1% no ano, enquanto a taxa de ocupação chegou a 97,7% — o maior percentual desde 2010 para o portfólio.

A Iguatemi assumiu em novembro a administração do RioSul, no qual comprou uma participação de 16,6% por R$ 360 milhões. O movimento marcou a volta da empresa ao mercado carioca 12 anos após vender seus últimos ativos na cidade.

Por enquanto, a Iguatemi ainda trabalha em melhorias de mix e manutenção do RioSul, mas está otimista com a performance vista desde que assumiu as rédeas do negócio.

“É o primeiro shopping do Rio, está na entrada para todo turista que chega à cidade e fica ao lado dos principais hotéis de Copacabana e Ipanema, no principal polo de turismo da cidade”, disse o CFO.

Além da adição do RioSul ao portfólio, a companhia também passará a administrar o Pátio Paulista, em São Paulo. A Iguatemi comprou uma fatia do ativo e do Pátio Higienópolis — que administra desde 2013 — no final do ano passado em um consórcio com quatro fundos imobiliários.

“Sabemos das dificuldades que teremos ao longo de 2025 com uma taxa de juros maior, uma inflação mais alta e um crescimento projetado do PIB menor do que em 2024, mas começamos o ano muito bem em janeiro,” disse o CFO.

Fontes próximas à Iguatemi disseram ao Metro Quadrado que a companhia avalia a possibilidade de reciclar capital no segundo ou terceiro trimestre vendendo participações em shoppings onde tem “excesso de controle” e uma receita por metro quadrado menor para comprar ativos com uma receita superior.

Sobre o assunto, Oliveira se limita a dizer que a companhia está focada em concluir a compra dos Pátios, o que deve ocorrer no fim do primeiro trimestre.

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