As cidades que a WTorre escolheu para investir em galpões

Com planos de investir R$ 1 bilhão no mercado logístico por ano, a WTorre vai direcionar cerca de metade desse recurso para construir galpões fora do raio 30 de São Paulo.
Um dos projetos fica em Goiânia e está em fase de aprovação. O empreendimento terá no mínimo 80 mil metros quadrados, e exigirá um investimento entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões.
Uma pré-locação do ativo já está encaminhada e outras estão em prospecção. A desenvolvedora estuda abrir também uma área especulativa no imóvel.
“O projeto tem sido recebido de forma positiva por potenciais inquilinos pela qualidade, então uma das possibilidades é um movimento de flight to quality para nosso ativo,” o CEO Marco Siqueira disse ao Metro Quadrado.
A desenvolvedora também toca dois projetos no interior de São Paulo que somam 100 mil m² e exigirão uma média de R$ 400 milhões milhões em investimento.
Um deles é um built-to-suit (BTS) na região de Araçatuba, enquanto o outro, em Ribeirão Preto, tem uma pré-locação e áreas para especulação.
O plano é atrair mais inquilinos com uma qualidade construtiva e infraestrutura que não é encontrada em outros ativos nos arredores.
Embora a cidade de São Paulo seja o maior mercado consumidor e muitos investidores estejam desenvolvendo projetos no entorno da capital, há também um avanço da oferta de galpões em outras regiões, com o intuito de atender à demanda de consumidores por um frete mais rápido.
“É uma estratégia que acompanha o movimento logístico nacional. Em São Paulo já estamos acostumados a receber a encomenda no mesmo dia e essa deve ser a realidade em cada vez mais cidades, a começar pelas grandes,” Siqueira disse.
Além de impulso do ecommerce, outro fator que levou a companhia a apostar na tese é o fim dos incentivos fiscais em regiões que cresceram apoiadas principalmente nos benefícios tributários, como Extrema, em Minas Gerais.
“Isso fará com que a logística seja muito mais determinada pelo polo consumidor, os corredores logísticos e a dinâmica da movimentação de carga entre os mercados produtores e consumidores,” ele disse.
A WTorre busca fortalecer a presença em locais onde vê essa tendência e tem mais de 3 milhões de m² em terrenos já identificados e com “algum acordo com o terrenista” para possíveis desenvolvimentos.
“Hoje temos visto no interior de São Paulo um vetor super importante, assim como o norte do Paraná. Também olhamos para outras praças de maneira oportunística, como Hidrolândia, em Goiás, e Simões Filho, na Bahia.”
Mas apesar de apostar na tese da descentralização, a incorporadora não vai deixar de trabalhar projetos em mercados já consolidados, como a região de Cajamar.
A 29 quilômetros de São Paulo, a cidade atrai grandes players logísticos justamente pela proximidade com a capital paulista. A taxa de vacância é de 11,5% e o preço médio de locação dos galpões fica em R$ 26,34 por m², acima da média nacional de R$ 24,41 por m², segundo dados da Cushman & Wakefield.
De acordo com o CEO da WTorre, a alta procura gera um estresse na infraestrutura de Cajamar, mas há uma alternativa próxima, a cidade de Franco da Rocha, que pode ajudar a suprir a demanda e mitigar os desafios.
A incorporadora é dona de um terreno de um milhão de m² na cidade que já foi preparado e pode receber um empreendimento de cerca de 300 mil m². Não há perspectiva de lançamento de projeto neste ano, mas a WTorre espera consumir a área até o início de 2027.
No landbank há ainda um terreno de 400 mil m² na própria Cajamar e outros 100 mil a 500 mil m² em prospecção na região.