As regiões com os escritórios mais caros de SP (não vale Faria Lima e JK)

No mercado de escritórios de São Paulo, já virou covardia comparar os preços da Faria Lima e JK com o que é praticado no restante da cidade. A diferença nunca esteve tão alta.
Segundo dados da consultoria Binswanger Brazil, a região que envolve a JK (e também o Itaim Bibi) tem uma média de locação de R$ 265 por metro quadrado, enquanto a área que cobre a Faria Lima, incluindo também o Largo da Batata, registrou R$ 235 no primeiro trimestre.
Com os preços altos e a baixa disponibilidade de espaço, a demanda tem transbordado para os bairros no entorno, valorizando o m² de endereços próximos, como em Pinheiros e na Vila Olímpia.
Confira a seguir as regiões com os preços mais elevados de São Paulo, sem contar Faria Lima e JK.
1º lugar – Jardins: R$ 170 por m²
A região dos Jardins é uma das mais nobres da cidade de São Paulo, mas é mais significativa para os mercados residencial e de comércio de luxo do que para o corporativo.
O estoque de lajes é pequeno – um dos menores da cidade, com cerca de 70 mil m² –, o que encarece os preços de locação para quem quer estar lá.
Além disso, a parte mais recente desse estoque é de edifícios boutique. Projetos do tipo têm um tamanho menor, mas seguem as características construtivas dos prédios de alto padrão e o aluguel pode custar até mais caro do que um triple A tradicional.
2º e 3º lugares – Pinheiros e Vila Olímpia: R$ 142,88 e R$ 140,39 por m²
Com ampla oferta de transporte, alimentação e serviços, Pinheiros e Vila Olímpia são duas das praças mais beneficiadas pelo movimento de transbordo da demanda na Faria Lima.
“A Vila Olímpia é onde tinha terreno disponível no passado para o mercado crescer, então a região acabou formando um grande centro empresarial,” Melissa Spinelli, a diretora de escritório da Binswanger, disse ao Metro Quadrado.
Já em Pinheiros o crescimento foi impulsionado recentemente pela entrega de um novo estoque, especialmente na avenida Rebouças, que tem atraído quem não encontra espaço disponível no Itaim.
E outros edifícios ainda estão por vir: a Amazon, por exemplo, fechou com a Kinea a locação de um prédio ainda em construção na Rua Capitão Antônio Rosa e ocupará os 39,2 mil m² do ativo.
4º lugar – Marginal Oeste: R$ 138,15 por m²
A região, que inclui o trecho do bairro de Pinheiros próximo ao rio homônimo e o Butantã, se desenvolveu principalmente no entorno do shopping Eldorado, inaugurado por lá no início dos anos 1980.
Mas, segundo Eduardo Cardinali, também diretor da Binswanger Brazil, ainda há espaço para crescer, seja via novos empreendimentos ou modernização de edifícios antigos.
Um exemplo é o antigo edifício-sede do Unibanco, que estava vazio desde a pandemia e mudou de mãos neste ano. A nova dona, a gestora Central Capital, fará um grande retrofit no prédio antes de colocá-lo de volta no mercado para locação.
5º lugar – Paulista: R$ 121,54
A praça inclui a avenida mais famosa de São Paulo, que já foi considerada o coração financeiro do País.
Apesar de ter perdido o posto para a Faria Lima, ainda é um dos centros empresariais mais importantes do Brasil. Mas o avanço dos preços de locação é freado pela idade avançada da maior parte do estoque corporativo.
“Um movimento de retrofit nos prédios muito antigos dali poderia levar a região a voltar a ser o que a Paulista já foi no passado,” disse Melissa Spinelli.
6º lugar – Chucri Zaidan: R$ 96,92
Já na Chucri a situação é a oposta: o estoque é um dos mais novos e maiores da cidade, com pouco mais de 912 mil m².
“Se você quer alugar uma laje grande, acima de 10 mil m², é lá que vai ter disponível,” disse Paulo Izuka, gerente de inteligência de mercado da Binswanger.
Com tantos prédios lançados recentemente e outros ainda em construção, a vacância na região é elevada, o que segura os preços.
Mas a Binswanger aposta que a praça deve se tornar um dos principais destinos corporativos de São Paulo no futuro, especialmente para companhias ou setores que não atuam diretamente no mercado financeiro.
“As empresas manterão quem tem que estar na Faria Lima por lá e mandarão o staff e o backoffice para o eixo da Chucri, onde tem prédios super modernos e tecnológicos, mas mais afastados.”