BREAKING. Guararapes vende Midway Mall por R$ 1,6 bilhão
A Guararapes, dona das lojas Riachuelo, acertou a venda do Midway Mall por R$ 1,6 bilhão – um movimento de alocação de capital que era uma demanda histórica de seus investidores.
A transação ainda depende de diligências e de um contrato final entre as partes.
O montante é significativo para a companhia: ele equivale a quase 30% do valor de mercado da Guararapes, que fechou esta sexta-feira valendo R$ 5,5 bilhões na B3. O papel subiu quase 3% no pregão de hoje.
A companhia assinou um memorando de entendimento com um grupo de investidores liderado pela Capitânia. O consórcio inclui outras gestoras de fundos imobiliários, um player do setor que já tem um ativo na região, e uma família do Nordeste.
O Midway Mall, que abriu as portas em 2005, foi construído pelo fundador da Guararapes, Nevaldo Rocha, e se tornou rapidamente o maior shopping de Natal e do Rio Grande do Norte.
O valor da venda não foi divulgado, mas fontes a par do assunto disseram ao Metro Quadrado que o acordado foi R$ 1,6 bilhão. O valor pode sofrer alterações dependendo da diligência.
A venda foi relativamente rápida. A Guararapes havia contratado o BTG para assessorar o processo há cerca de seis meses.
Quando concluída, a compra será paga parcelada, com parte dos recursos entrando agora no caixa da Guararapes e o restante em alguns anos.
Como a Guararapes está com uma alavancagem muito baixa, de apenas 0,5x o EBITDA dos últimos doze meses, e não tem grandes projetos de expansão, o mais provável é que a companhia opte por distribuir parte relevante desses recursos como dividendos, disse uma das fontes.
Também pesa a favor dessa decisão a tributação dos dividendos a partir de 2026, que tem feito muitas empresas anteciparem as distribuições para este ano.
A venda do Midway Mall sempre foi um pedido dos acionistas minoritários da companhia. Mas a operação nunca saiu do papel por um apego emocional do fundador da Guararapes com o ativo.
Nevaldo Rocha também nunca permitiu que o shopping cobrasse pelo estacionamento, dizendo que isso afastaria os clientes. A cobrança do estacionamento e agora a venda do shopping só foram possíveis após o falecimento de Nevaldo em 2020.
O BTG assessorou a Guararapes, que teve a assessoria jurídica do Cescon Barrieu Advogados.
A XP assessorou os compradores, que trabalharam com o BMA Advogados.
