O Grupo Erea terá um novo CEO em 2026. 

Clarisse Etcheverry, a fundadora da consultoria especializada em galpões logísticos, está deixando a cadeira para compor o board da empresa, e será substituída por Leandro Bassoi.

Bassoi foi vice-presidente de fulfillment do Mercado Livre na América Latina e mais recentemente ocupava o posto de COO do ecommerce da MadeiraMadeira.

A troca ocorre num momento em que a consultoria vê oportunidades de expansão com o mercado de galpões aquecido e se descentralizando pelo País.

Uma das missões de Bassoi será conduzir o movimento de internacionalização pela América Latina.

“Já começamos alguns projetos na região este ano. Estamos mapeando onde realmente vamos gastar energia e recursos,” ele disse ao Metro Quadrado.

Com a chegada do novo CEO, Clarisse vai focar em processos de M&As e em novos investimentos em incorporação de galpões logísticos.

Ela diz que o objetivo é conectar investidores a oportunidades de incorporação fora do Sudeste, de olho em novos projetos de build-to-suit, para fechar o gap entre uma demanda elevada por espaço e uma oferta que cresce num ritmo menor.

“Meu desafio agora é resolver as novas dores do mercado logístico nessa escassez de galpões e ir atrás de equity,” ela disse. “Temos que buscar até o último centavo de investimentos para novos projetos.”

Segundo Clarisse, com a combinação de preço de locação em alta e o apetite do ecommerce, um dos principais desafios das empresas será pensar estrategicamente o plano logístico antes mesmo de estruturar a expansão do negócio. 

“Nós já estamos sentados à mesa com nossos clientes desde o day one, tanto ocupantes quanto investidores, para entender em que momento as companhias estão e quais são seus projetos estratégicos de real estate,” disse Clarisse.

Segundo a consultoria, a expectativa é que o setor se mantenha aquecido em 2026 e renove os recordes de absorção líquida e índices de vacância, mas esbarrando numa entrega menor de novo estoque.

No ano passado, o mercado teve o maior número de entregas desde 2022 – com 4 milhões de m2 em 2025 –, mas a expectativa é que o volume caia em 2026, diante do custo de capital alto e das incertezas macro.

“Ainda temos claramente uma falta de metros quadrados disponíveis para as empresas e consequentemente um aumento no custo de locação,” disse Bassoi.