Eurofarma volta ao endereço que já abrigou sua fábrica – e agora é um prédio triple A

O bom filho à casa torna.
Depois de cinco anos como inquilina, a Eurofarma está voltando a ter sua sede num imóvel próprio em São Paulo – e em um endereço histórico para a companhia.
A farmacêutica já começou a se mudar para o Viva! Campo Belo, um prédio de uso misto recém-inaugurado e desenvolvido pela Jacarandá Capital, uma gestora de real estate ligada a sócios da Eurofarma.
A companhia ocupou o mesmo endereço por mais de 40 anos, desde os anos 1970, década em que foi fundada, chegando a abrigar ali a sua antiga fábrica e também o escritório.
A fábrica funciona em outro endereço desde 2008, em Itapevi, num complexo de 80 mil m² na Rodovia Castello Branco, e a área administrativa saiu no início de 2020, para ser inquilina no Roberto Marinho Square, no Brooklin, enquanto a Jacarandá tocava o desenvolvimento.
A Eurofarma já tinha planos de voltar quando a parte corporativa ficasse pronta e bateu o martelo sobre o retorno em meados do ano passado.
Em um terreno de 10 mil metros quadrados, a nova torre tem 19 andares que somam 79 mil m², dos quais 24 mil m² de área locável em padrão triple A.
A 15 minutos do aeroporto de Congonhas, o projeto prevê ainda um shopping integrado com salas comerciais, teatro e cinema, ainda em fase de desenvolvimento. A Jacarandá contratou a CBRE Brasil para comercializar os andares disponíveis e gerir as áreas comuns e os contratos de locação.
A arquitetura do Viva! Campo Belo é assinada pelo escritório norueguês Spol em parceria com a firma brasileira Zanatta Figueiredo Arquitetos.
O projeto foi pensado para integrar o empreendimento à área urbana do bairro, com uma torre concebida em quatro blocos de vidro, separados por faixas de vegetação, e com paisagismo de Ricardo Cardim.
Ao retornar para um endereço que conhece bem, a Eurofarma ajuda a alimentar uma tímida expansão que tem ocorrido no bairro enquanto destino corporativo.
A região de Moema – onde Campo Belo está inserida nos mapas elaborados por consultorias imobiliárias – tem despontado como rota alternativa para investimentos em edifícios corporativos, segundo a JLL.
“Moema tem a característica de salas comerciais pequenas. Porém, nos últimos tempos, esse perfil vem mudando,” diz Yara Matsuyama, diretora de locações da consultoria.
Ela diz que a boa infraestrutura da região — com acesso ao transporte público e ampla oferta de serviços — pode ser um diferencial.
Dados da Binswanger mostram que a vacância na macrorregião é de 11%, e o preço médio pedido para edifícios triple A está em R$ 120/m² — o maior patamar já registrado pela consultoria.
“Essa é uma região com pouco estoque e que absorveu bastante nos últimos dois anos,” diz Paulo Izuka, gerente de inteligência de mercado da Binswanger.