Fibra Next levanta US$ 431 mi no maior IPO do México desde 2018

A Fibra Uno — o maior trust de investimento imobiliário listado na bolsa mexicana, com exposição a diversos setores — concluiu ontem a cisão do seu portfólio logístico e de light manufacturing em outro ativo listado, a Fibra Next.
A Next levantou US$ 431 milhões (8 bilhões de pesos mexicanos) em seu IPO, o maior do México desde 2018, sendo 80 milhões de ações negociadas a US$ 5,40 (100 pesos) cada, uma fonte disse ao Metro Quadrado.
O papel será negociado na BMV com o ticker NEXT25.
A transação foi precificada a 7,45% de cap rate, 165 basis points abaixo do patamar de 9,1% que a Fibra Uno negocia atualmente. Isso mostra uma forte demanda pelo setor de logística no momento, disse a fonte.
O caminho até o IPO, no entanto, não foi tão simples assim.
Os irmãos Moisés, André e Max El-Mann Arazi — investidores imobiliários e os principais acionistas da Uno — tentam segregar seus negócios logísticos desde 2023.
Mas o processo foi se arrastando devido a questões fiscais, oscilações do mercado e até uma troca de agente fiduciário nos últimos dias, após o CIBanco ser cortado do sistema financeiro americano por suspeitas de lavagem de dinheiro, disse a Bloomberg.
Next é uma sigla que significa Nearshoring Experts and Technology, em alusão à tese que era vencedora há dois anos e desde então foi posta em causa pelo Governo Trump.
O tamanho do IPO diminuiu de US$ 1,5 bilhão para US$ 431 milhões, mas, em um momento em que o mercado mexicano se esforça pela volta das aberturas de capital, a oferta foi em frente.
“A empresa tem grande parte dos seus ativos na Cidade do México servindo ao setor de e-commerce, então as discussões de nearshoring impactam pouco o portfólio,” disse a fonte, afirmando que a Next vai investir no desenvolvimento de ativos em construção e na aquisição de outros.
Por questões regulatórias, o Next foi listado com apenas nove ativos. Agora, os El-Mann Arazi irão transferir para o novo veículo todos os imóveis logísticos que fazem parte do Uno e do e-Group, o family office da família.
A oferta foi quase integralmente absorvida por fundos de pensão e investidores locais, enquanto os estrangeiros foram responsáveis por 3,5%.
Os coordenadores globais foram BofA, BTG e Goldman Sachas, enquanto Actinver e BBVA lideraram localmente.
A ação da Fibra Uno subiu 3% na sessão e a empresa vale US$ 5,4 bilhões (101 bilhões de pesos) na Bolsa.