Sonae vende 26% do Parque Dom Pedro por R$ 625 milhões

A Sonae acaba de vender sua participação de 25,9% no Parque Dom Pedro, um dos principais shoppings de Campinas e que é controlado pela Allos.
A venda, feita para um FIP composto por capital de vários family offices, saiu por R$ 625 milhões, um cap rate de 8,5%, em linha com transações recentes desse setor.
A transação avaliou o shopping inteiro em cerca de R$ 2,5 bilhões.
O processo de venda começou há cerca de nove meses, e a conclusão demorou porque a Sonae queria fazer a venda 100% em dinheiro, uma fonte envolvida na transação disse ao Metro Quadrado.
Segundo essa fonte, todas as propostas de fundos imobiliários estavam incluindo um componente relevante de cotas (algo que tem se tornado cada vez mais comum num momento em que o mercado de emissões está fechado).
A venda será paga praticamente à vista, com um parcelamento curto que vai até julho do ano que vem.
A Parque Dom Pedro é controlado pela Allos, que tem 51,6% do capital. Outro acionista relevante é a Hedge, a gestora de André Freitas, que tem 10,5%.
Tanto a Allos quanto a Hedge podem exercer o direito de preferência na venda da participação, mas, segundo as fontes, isso não deve acontecer.
A Allos está desinvestindo de ativos recentemente e não vê grandes benefícios de ampliar sua participação num shopping onde ela já tem o controle e já faz a administração. Já a Hedge teria dificuldades enormes de conseguir captar recursos para cobrir a oferta no mercado atual.
A Sonae tem a participação no Parque Dom Pedro desde a sua fusão com a Aliansce, que deu origem à Aliansce Sonae.
Na fusão entre a Aliansce Sonae e a BR Malls, que deu origem à Allos, a empresa portuguesa tinha uma put que lhe dava direito a vender essa participação para a Allos.
“Mas como as negociações para a fusão já estavam muito complexas, porque a administração da BR Malls era contra, eles decidiram não exercer essa put para não dificultar ainda mais, e deixaram para vender o stake mais para frente,” disse a fonte.
“Mas a Sonae quer concentrar sua exposição ao Brasil via Allos. Não fazia sentido para eles ter esse apêndice fora. E na impossibilidade de vender para a Allos, o que restou foi reciclar o ativo.”
Essa fonte disse ainda que uma das possibilidades é que a Sonae use os recursos da venda para aumentar sua participação na Allos, onde já tem uma fatia de 5,3% do capital.
O BTG Pactual assessorou a Sonae, que trabalhou com o Lefosse Advogados.







