Pelo segundo trimestre consecutivo, o mercado de alto padrão reduziu o ritmo de vendas no País, mostra o relatório da Bossa Nova Sotheby’s International Realty. 

O setor passou de um crescimento de 25% no acumulado de 12 meses no primeiro trimestre para 14% no segundo tri e encerrou o terceiro tri em 6,5%. 

“Nós acreditávamos que 2025 seria um ano muito forte, mas o mercado foi perdendo bastante a pujança ao longo dos meses,” Marcello Romero, o CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty, disse ao Metro Quadrado.

O relatório analisou o desempenho de vendas de imóveis com tíquete médio acima de R$ 2 milhões.

Segundo Marcello, historicamente, os três últimos meses do ano sempre representaram um período de aumento nas vendas, o que não deve ser registrado neste ano, podendo levar o setor a encerrar 2025 sem crescimento.

De acordo com a consultoria, a desaceleração recente reflete a incerteza dos compradores diante da manutenção da taxa de juros em 15% ao ano – que enterrou a expectativa de início da trajetória de queda da Selic ainda em 2025.

Marcello diz que os compradores estão em “compasso de espera”, mantendo o dinheiro aplicado para aproveitar o retorno do juro alto.

“Muita gente está aproveitando o momento para fazer um ‘test drive’ com a locação, enquanto espera para comprar algo,” ele disse.

Outro ponto de pressão, segundo o executivo, vem da política tarifária dos Estados Unidos, que arrefeceu as exportações e afetou o agronegócio – um dos principais consumidores do alto padrão no País.

O reaquecimento do setor pode vir em breve, com a perspectiva de início do ciclo de cortes de juros no País. Pelas projeções do mercado, o primeiro corte deve ocorrer em janeiro de 2026.