Cresce aposta de short na Cyrela, mas ação ainda é a favorita do BBI

Cresce aposta de short na Cyrela, mas ação ainda é a favorita do BBI
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Enquanto parte do mercado se antecipa a um possível risco de desaceleração na média e alta renda aumentando a posição vendida em Cyrela, o Bradesco BBI diz que a incorporadora ainda pode ter um upside de até 61% em 2026.

O banco de investimentos elevou o preço-alvo do papel de R$ 36 para R$ 40 e reiterou a companhia como sua top pick no setor de real estate.

O reforço do otimismo do BBI no papel impulsionou a cotação da Cyrela no pregão e as ações fecharam entre as três maiores altas do Ibovespa, com um avanço 4,9%. Os papéis acumulam alta de 84% no ano.

Segundo o time de analistas do BBI, a Cyrela foi a ação mais comentada em suas reuniões no Rio de Janeiro e em São Paulo. E o foco dos debates está no timing da tese.

Para o banco, há fundamento nas preocupações com o ritmo de lançamentos dos principais segmentos nos quais a incorporadora atua. Os temores levaram a uma alta de 29% nas posições de short nas ações em agosto.

Mas o BBI não espera ver uma desaceleração no terceiro trimestre de 2025 e diz que o valuation atual da Cyrela oferece um colchão relevante de segurança. 

Negociada a 5x P/E com base nas estimativas para 2026, a ação já precifica um bear case com um corte de 60% nos lançamentos fora do programa Minha Casa Minha Vida.

Para igualar o múltiplo atual com o target do BBI, de 6,8x, seria necessário cortar a previsão de lançamentos de 2026 em 36%, para R$ 7 bilhões — um número considerado pessimista pelos analistas.

O cenário bull do BBI — que prevê um P/E de 8,1x e um dividend yield de 7% em 2026 — incorpora uma participação maior dos lançamentos do MCMV no mix em 2026, o que significa que uma desaceleração no restante dos segmentos também já está contabilizada.

“Essa assimetria é altamente atrativa à medida que nos aproximamos de um ciclo de flexibilização dos juros,” escrevem os analistas.

Considerando a possibilidade de cortes na taxa Selic em 2026 e as eleições presidenciais, o BBI diz que a Cyrela — que tem alta liquidez e um beta elevado — é o destaque do setor tanto para o cenário de flexibilização econômica quanto de otimismo eleitoral.

“A Cyrela oferece uma combinação rara de um operacional forte e acima do consenso, amplo desconto no valuation e claro potencial de re-rating macro e micro.”

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