Patria fecha compra de portfólio de R$ 8 bi da RBR

Patria fecha compra de portfólio de R$ 8 bi da RBR
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O Patria Investimentos fechou a compra do portfólio de fundos listados da RBR Asset, uma negociação antecipada pelo Metro Quadrado.

Os 12 fundos somam R$ 8 bilhões em patrimônio líquido e foram comprados a um múltiplo de 6% do AuM, o que coloca o deal no patamar dos R$ 480 milhões, disseram fontes a par do assunto.

A lista inclui nomes conhecidos da indústria como o RBR Rendimento High Grade (RBRR11) e o RBR Crédito Imobiliário Estruturado (RBRY11).

Para o Patria, que tem sido um dos players mais ativos em M&As de gestoras imobiliárias nos últimos anos, a transação representa uma oportunidade de reequilibrar a proporção entre os ativos de tijolo e papel na casa.

Rodrigo Abbud ok

O portfólio de real estate do Patria hoje está dividido entre 72% de ativos reais e 28% em crédito.

O objetivo é se aproximar do índice de referência do mercado, o IFIX, que está perto de 50-50.

Após a conclusão da transação, prevista para os próximos 30 dias, o peso do papel na carteira deve crescer para 34%.

“Na parte de tijolo, também vemos sinergia com a nossa família de fundos em todos os ativos que eles têm,” Rodrigo Abbud, o head de real estate do Patria, disse ao Metro Quadrado.

O Patria, que já era a maior gestora independente de fundos imobiliários, agora somará R$ 38 bilhões sob gestão.

Só este ano, a gestora – que vale US$ 2,55 bi na Nasdaq – já comprou a Vectis Gestão de Recursos e um portfólio de FIIs da Genial.

No ano passado, o Patria também concluiu a aquisição da área de fundos imobiliários do Credit Suisse. Três anos atrás, houve ainda a compra da VBI Real Estate, casa cofundada por Abbud.

Daqui para a frente, porém, o foco deve sair dos M&As e se voltar para as oportunidades de expansão dos fundos da casa, agrupando estratégias similares para criar FIIs cada vez maiores no mercado.

É o caso do Patria Log (HGLG11), por exemplo, que veio originalmente do Credit Suisse e agora vai incorporar o VBI Logístico (LVBI11) e o Patria Logística (PATL11) para criar um veículo de R$ 10 bilhões de PL — algo inédito no mercado de FIIs brasileiro.

“Vemos muito mais opcionalidade e potencial no crescimento orgânico. A RBR foi uma exceção e a barra fica cada vez mais alta para que façamos novas aquisições desse porte,” disse Abbud.

A transação não envolve participação acionária na RBR ou a equipe da casa, que vai reduzir o total sob gestão de R$ 12 bilhões para R$ 4 bilhões, mas manterá todas as áreas de investimentos atuais — tijolo e desenvolvimento no Brasil e nos Estados Unidos, crédito e multiestratégia e infraestrutura.

Ricardo Almendra ok

No ano passado, a gestora chegou a buscar um investidor institucional para se associar aos fundadores Ricardo Almendra e Guilherme Bueno Netto. Mas o processo competitivo foi encerrado no início do ano sem uma proposta que agradasse. 

Mais recentemente, a empresa foi a mercado com um novo formato e repassou seu portfólio de imóveis logísticos para a XP em um deal de R$ 1,15 bilhão.

“Essa nova venda vai permitir que tenhamos um capital proprietário mais robusto para investir nas estratégias e fundos que vamos levantar ao longo dos próximos anos,” disse Almendra.

No momento, a gestora toca captações para fundos de desenvolvimento logístico, crédito em infraestrutura e retrofit em Nova York e espera lançar uma oferta de seu fundo de private equity, o RBR Flagship, no primeiro semestre do próximo ano.

Juntas, as captações devem elevar o total sob gestão para R$ 5 bilhões.

Além disso, o acordo com o Patria não prevê nenhuma cláusula de não concorrência no mercado de listados que impeça a RBR de lançar novos FIIs. Mas a gestora deve se concentrar no público institucional por enquanto.

“Todas as nossas ofertas atuais ou com previsibilidade de curto prazo têm mais uma característica de investidores sofisticados e menos de uma plataforma para o público de renda e varejo,” disse Almendra.

A RBR foi assessorada pelo Santander na transação.

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