As ações da Plano&Plano registraram hoje a maior alta do setor na Bolsa.

O papel da incorporadora fechou o dia com valorização de 5,61%, negociado a R$ 14,68. 

O movimento ocorreu depois que o time de research em real estate da XP revisou as estimativas para a companhia e apontou uma oportunidade de compra no papel, que vinha sendo descontado com “exagero” pelo mercado.

As ações da Plano&Plano operam a 5x P/L, enquanto Cury e Direcional estão em 7,5x e 8x, respectivamente.

Ygor Altero, líder de research da XP, diz que hoje o desconto da incorporadora está além do razoável, especialmente na comparação com os pares do setor. Ele diz que o mercado reagiu mal ao desempenho do segundo trimestre, que veio abaixo do esperado.

“A nossa convicção é que os lançamentos, as vendas e o reconhecimento de receita vão dar uma cara operacional e financeira muito melhor para a companhia no segundo semestre,” diz Ygor.

Até ontem, a ação acumulava queda de 15% nos últimos dois meses.

Antes da divulgação dos resultados do segundo tri, a incorporadora já havia sido apontada pelo Itaú BBA como uma “escolha não óbvia” para os investidores. Na ocasião, o banco também destacou o desconto da ação em relação aos concorrentes.

A incorporadora encerrou o segundo trimestre com um VGV de R$ 1,401 bilhão, alta de 31,7% em relação ao mesmo período de 2024. As vendas líquidas no período somaram R$ 894 milhões, um crescimento de 12,2% ano contra ano.

O lucro líquido da companhia recuou 12,3% no trimestre, para R$ 83,5 milhões, com um ROE de 43,6% – queda de 4,2 pontos percentuais em 12 meses.

A margem bruta da Plano&Plano avançou 0,6 ponto e chegou a 34,5% no período, enquanto a margem REF – que considera a receita a ser apropriada – foi de 39,5%, uma queda de 0,8 ponto.

“Embora o crescimento no primeiro semestre tenha sido mais brando do que o esperado, vemos a Plano&Plano bem posicionada para capturar resultados mais fortes no futuro,” escreve o time de research da XP.

A XP elevou a estimativa de receita líquida em 14% para 2025 e em 24% para 2026, além de projetar ROE de 46% neste ano e 45% no próximo. Os analistas também ajustaram o lucro líquido esperado para R$ 578 milhões em 2026, 15% acima da projeção anterior.

Para os analistas, a companhia sofre com a desconfiança do mercado em relação à sua capacidade de entregar os resultados projetados para o segundo semestre. “Nós estamos dando o benefício da dúvida para a Plano&Plano,” diz Ygor.

Segundo a XP, assim como seus pares, a companhia deve se beneficiar da melhora no ambiente econômico e do reconhecimento de seu backlog – o estoque já vendido, mas ainda não entregue.

“Acreditamos que a combinação de melhoria no impulso, avaliação com desconto e desempenho recente abaixo do esperado oferece um ponto de entrada atraente,” escrevem os analistas.

No relatório, a XP mantém a recomendação de compra e projeta preço-alvo de R$ 21 para a ação da Plano&Plano.