Patrimar cria startup para eliminar burocracias na compra de imóveis

A incorporadora Patrimar criou uma startup para simplificar processos burocráticos envolvidos no pré e pós-venda de imóveis.
A Conecta surgiu como uma sociedade com outra incorporadora mineira, a Fataha, e oferece um serviço de organização e acompanhamento digital para as etapas mais traumáticas para os clientes: a lavratura de escrituras no cartório, o pagamento de ITBI e o registro do imóvel.
“Alguém que mora na Barra da Tijuca e tem que ir ao centro do Rio para assinar algo ou pegar uma certidão gasta uma hora pra ir e outra voltar, se der tudo certo. O nosso objetivo é facilitar,” Alex Veiga, o CEO da Patrimar, disse ao Metro Quadrado.
“É um processo fragmentado e desgastante, e as pessoas têm que lidar com tantos profissionais que muitas vezes elas se perdem e isso acaba sendo motivo de distrato,” disse Vitória Nejm, advogada especialista em direito imobiliário e sócia-fundadora da Fataha.
Por enquanto, a plataforma teve um investimento de R$ 9 milhões e opera apenas com contratos de clientes da própria Patrimar em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Mas já soma R$ 250 milhões em transações acompanhadas e a meta é oferecer o serviço para outras incorporadoras e expandir a operação, que foi pensada no modelo B2B — no qual as empresas contratam a Conecta para que os clientes usem o serviço.
Além dos trâmites com o cartório, a startup também faz uma ponte entre marketplaces de crédito para os clientes que precisam de financiamento, automatizando a simulação de taxas em instituições financeiras.
“A construtora se beneficia pelo ciclo financeiro reduzido na operação de crédito, escritura e registro, o corretor recebe mais rápido e o cliente final tem uma esteira totalmente integrada,” disse Vitória.
Em uma segunda fase, as companhias também estudam abrir o serviço para além do mercado primário, incluindo imobiliárias e pessoas físicas na base de clientes para abarcar também transações de imóveis usados.
Outro plano é agregar produtos financeiros na plataforma para surfar a mudança do cenário de crédito imobiliário provocada pela escassez de recursos de fontes tradicionais de financiamento, com o crescimento da participação do mercado de capitais no funding.
A Patrimar, que é controlada pela família Veiga, é uma das incorporadoras que estão flertando com um IPO desde 2020.
No acumulado deste ano até setembro, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 47 milhões, alta de 3% na comparação com o mesmo período de 2024.
O CFO Felipe Enck Gonçalves disse que a companhia está pronta para uma abertura de capital do ponto de vista regulatório e de governança, mas “o momento adequado é o mercado quem dita”.







