Sem mão de obra, a construção se industrializa. E a Kronan agradece

Com a escassez de mão de obra nos canteiros, a industrialização dos processos de construção está deixando de ser apenas uma alternativa de eficiência para se impor como um caminho inevitável.
A Kronan – uma das principais indústrias de sistemas de construção – está desembolsando cerca de R$ 100 milhões para construir novas fábricas e assim dar conta da demanda crescente.
“Antes, quando oferecíamos nosso serviço, éramos recebidos com certo desdém. Tínhamos um remédio para uma dor que ainda era fraca,” o CEO Alberto Kunath disse ao Metro Quadrado. “A receptividade do mercado mudou da água para o vinho.”
A demanda tem crescido à medida em que o mercado imobiliário acelera o número de lançamentos mas não consegue contratar profissionais no mesmo ritmo, aumentando a necessidade de processos industriais.
O aporte da Kronan servirá para abrir novas plantas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, além da expansão da fábrica em Itupeva, no interior de São Paulo.
Hoje, a empresa tem capacidade para produzir 200 mil metros quadrados de construção por ano. O plano é aumentar a capacidade em 35%.
A aposta vem depois de um salto no volume de projetos da empresa. A Kronan executou 10 obras em 2023, passou para 13 em 2024 — já com tickets maiores — e neste ano soma 17 contratos fechados.
“Estamos sentindo de uma forma muito bruta a pressão para mais capacidade produtiva,” disse o CTO Martin Schwark.
Fundada em 2013, a Kronan concentra sua atuação na obra cinza — a etapa estrutural da construção que envolve paredes, lajes e vigas e que historicamente demanda as maiores equipes no canteiro.
Nesse modelo, os painéis são produzidos em fábrica e já chegam prontos para montagem no terreno.
As fábricas da Kronan são móveis — um ponto central do modelo da empresa.
Em vez de operar com plantas fixas, o sistema foi desenhado para ser montado próximo à obra – em alguns casos, no mesmo terreno – reduzindo o custo do frete e permitindo que a produção acompanhe o ciclo de projetos de cada região.
Quando a demanda local termina, a estrutura pode ser desmontada e realocada.
Ao longo dos últimos anos, a empresa fez obras de infraestrutura, empreendimentos residenciais, comerciais, data centers e um resort – que também foi expandido pela Kronan depois.
A fase estrutural pode ser concluída em até cinco vezes menos tempo em comparação ao método convencional, o que pode gerar uma economia total de até 20% no projeto, segundo a empresa.







