Dois meses depois de ter rebaixado a Cury, o UBS BB voltou a recomendar a compra do papel. 

O banco ressaltou que a empresa tem conseguido superar o avanço da inflação de custos, que tem sido um dos principais desafios do setor, e tem se beneficiado da maior resiliência do segmento de baixa renda.

“Embora não esperemos que a Cury apresente um crescimento de lançamentos no mesmo nível que fez no passado, acreditamos que a construtora tem capacidade para manter uma margem bruta saudável, apoiada por ajustes de preços”, escrevem os analistas Victor Tapia e Tainan Costa.

Entre 2020 e 2024, o preço médio de venda da Cury teve uma taxa de crescimento anual composta de 12%, enquanto o INCC andou 8% no mesmo período. Com a recente queda do dólar gerando menos pressão sobre os custos, o banco espera que a empresa siga em condições de subir preços, como fez em outros períodos de cenários semelhantes.

Além disso, o UBS BB avalia que as condições mais rígidas para financiar imóveis usados no programa Minha Casa Minha Vida podem limitar os riscos em relação ao FGTS em 2025, com maior disponibilidade de orçamento para novos imóveis.

O mercado reagiu bem ao report. Por volta das 12h30, a ação subia 1,72%, a R$ 23,64. O UBS BB estima preço-alvo de R$ 30.

“A empresa tem obtido um desempenho operacional sólido e o preço de suas ações não reflete os resultados impressionantes nos últimos trimestres, depois de ter caído nos últimos meses”, pontuaram. No terceiro trimestre do ano passado, a Cury teve lucro líquido de R$ 180,6 milhões, alta de 60% ante igual período do ano passado.

Dois meses atrás, quando rebaixou a empresa para neutra, o banco argumentou que a construtora, ainda que de alta qualidade, já estava precificada em termos de risco-retorno, dado o pouco espaço para expansão da margem e crescimento significativo de lançamentos no curto prazo. Agora, o banco acredita que o retorno voltou a valer mais que o risco.

O relatório ressalta ainda que o segmento de baixa renda está em uma fase sólida, menos sensível aos juros altos, embora o banco acredite que exista um espaço limitado de crescimento para expansão no volume da Cury.