Depois de quatro anos de crescimento furioso, o ritmo de entrega de novos galpões no estado de São Paulo deve voltar a cair em 2026, num movimento de acomodação.

A consultoria Newmark projeta que cerca de 1,3 milhão de metros quadrados devem ser lançados no estado no próximo ano, recuo de 13% ante os 1,5 milhão de m² previstos para 2025 – caso todo o pipeline seja efetivamente entregue no prazo.

“A base de comparação está muito alta. No ano que vem, já começamos a ver certa estabilidade,” Mariana Hanania, a head de pesquisa e inteligência de mercado da Newmark, disse ao Metro Quadrado.

O novo estoque já entregue este ano, 920 mil m², supera o registrado nos dois anos anteriores: foram 913 mil m² em 2023 e 819 mil m² em 2024.

Mesmo com o aumento da oferta, a taxa de vacância encerrou o terceiro trimestre no menor nível da série histórica, em 7,5%.

O preço médio pedido está em R$ 30 por m² ao mês, praticamente estável em relação ao trimestre anterior e 10% acima do mesmo período de 2024.

A absorção líquida somou 351 mil m² no trimestre, abaixo do trimestre anterior, mas acima do volume registrado no mesmo período do ano passado. 

No acumulado de 2025, já são 941 mil m² absorvidos, próximos ao total de 2023, de cerca de 1,3 milhão. 

Os polos de Cajamar, Guarulhos e Campinas concentraram a maior parte da absorção recente e seguem liderando a expansão.

Nessas regiões, os preços médios superam a média estadual, chegando a R$ 32 por m² ao mês. 

Piracicaba, Barueri e a capital paulista operam com vacâncias abaixo de 3%.

“Grande parte dos novos projetos já nasce pré-locada, reduzindo o espaço para aumento da vacância no curto prazo,” disse Mariana.