Log vende mais três galpões e avança em reciclagens

Log vende mais três galpões e avança em reciclagens
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A Log acertou a venda de três galpões para o fundo imobiliário BTG Pactual Log CP (BTLC11) por R$ 364 milhões – em mais um movimento de reciclagem de ativos com um de seus principais parceiros.

Os imóveis negociados ficam em Natal, no Rio Grande do Norte, e Jundiaí e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e somam 110,7 mil metros quadrados em área bruta locável. A margem bruta da transação é de 27,1%.

Sergio Fischer Log

O FII comprador foi criado em 2023 justamente para investir nos galpões da desenvolvedora — que tem uma participação minoritária no ativo — e fez cinco aquisições de lá para cá, somando um total de R$ 2,3 bilhões transacionados.

“O BTLC11 já é um player relevante no setor de logística e, como a Log mantém a gestão dos ativos, temos as receitas de serviço e o controle do portfólio,” Sergio Fischer, o CEO da Log, disse ao Metro Quadrado.

A companhia também negociou ativos com outros dois players ao longo deste ano e, com o deal de hoje, soma R$ 790 milhões em venda de imóveis em 2025.

A reciclagem da carteira é a principal estratégia da Log para financiar a expansão da empresa. Segundo o CEO, a companhia já tem outros potenciais deals em negociação.

“Não sei se vamos conseguir concluir coisas novas ainda neste ano, mas tem chance de acontecer,” disse Fischer. 

O objetivo com as vendas é gerar caixa para sustentar a principal meta de crescimento da empresa: entregar 2 milhões de m² até 2028.

No balanço divulgado há pouco, a Log indica que recebeu no terceiro trimestre R$ 512,1 milhões relativos a vendas realizadas neste e em outros trimestres.

Com a injeção de capital, a companhia optou por turbinar o landbank — que soma 532,5 mil m² e corresponde a 70% do necessário para a meta de entregas — e amortizar antecipadamente parte de suas obrigações financeiras.

“A dívida líquida hoje está num patamar de 0,7x EBITDA e o balanço é super forte para suportar essa demanda toda que temos visto,” disse o CEO.

Para Fischer, o mercado de galpões vive seu melhor momento no País em termos de demanda e absorção, e as empresas estão dispostas a pagar um aluguel maior por ativos de classe A – o foco da Log.

Esse cenário permitiu que a empresa iniciasse um trabalho de reprecificação dos contratos com clientes antigos e com valores considerados defasados. 

A companhia renegociou 33% de sua ABL durante o terceiro trimestre e subiu em 46% o ticket médio nominal dos contratos já revisados ou em fase final de assinatura.

Os reajustes ainda não tiveram impacto direto no resultado do terceiro trimestre, mas o aumento nas receitas com serviços — como a administração dos galpões reciclados ou desenvolvidos por terceiros — ajudou a puxar os indicadores financeiros para cima.

A receita líquida consolidada subiu 18% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 66,7 milhões.

Já o lucro líquido cresceu 14,7% na mesma base de comparação, para R$ 111,4 milhões, enquanto o EBITDA avançou 41,6% e alcançou os R$ 192,8 milhões.

Daqui para a frente, a Log deve acelerar os canteiros — especialmente no Nordeste, região onde a companhia mais vai investir nos próximos anos — e espera uma liquidez ainda maior para seus ativos em 2026 se a queda nos juros projetada pelo mercado se materializar.

“Já passamos pelo pior em termos de macroeconomia e, com a redução dos juros, melhora a capacidade de captação dos fundos imobiliários, os compradores naturais do nosso negócio.”

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