Itaim Bibi: GTIS começa a demolir o Extra para erguer o ‘Super JK’

O Super JK, o complexo multiuso que a GTIS Partners está incorporando no Itaim Bibi, está finalmente saindo do papel depois de uma tentativa frustrada de mudança de rota.
A gestora americana de private equity – que comprou em 2019 o hipermercado Extra do bairro, no cruzamento da JK com a Rua João Cachoeira, onde já foi o extinto Mappin – só agora começou a demolir o imóvel para erguer no lugar um multiuso triple-A, com escritórios, comércios e restaurantes.
Elaborado em 2020, o projeto ficou guardado por um tempo não apenas porque surgiu uma pandemia no meio do caminho, mas também porque a GTIS tentou colocar o terreno à venda, dada a baixa demanda por lajes corporativas naquela época.
A GTIS pedia algo entre R$ 35 mil e R$ 40 mil por metro quadrado, na mesma faixa de preço do Infinity Tower, vendido em 2022 pela gestora por R$ 39,2 mil o m² para um grupo de empresas – mas esbarrou na falta de interessados.
A saída foi rever novamente a estratégia e retomar os planos do empreendimento multiuso.
A retomada do projeto ganhou forma graças ao avanço dos preços do metro quadrado para locação na região, bem como o aumento na pressão pelo retorno ao regime presencial de trabalho.
Segundo a Cushman & Wakefield, na faixa que vai do cruzamento entre Faria Lima e JK até o bairro Cidade Jardim, o aluguel do metro quadrado já ultrapassa os R$ 300 o metro.
Com previsão para ser entregue em três anos, o empreendimento da GTIS terá 100 mil m² distribuídos em três torres comerciais.
O projeto arquitetônico foi assinado pelo aflalo/gasperini arquitetos em parceria com a firma internacional Kohn Pedersen Fox (KPF), que desenhou o Hudson Yards, em Nova York.
O design das três torres levará em conta a ideia de integração entre as quatro ruas que conectam o empreendimento. A intenção é que a circulação do público integre todas as faces do prédio, numa espécie de vão livre do Itaim, disse uma fonte.
O estudo de viabilidade do Super JK também prevê a retomada do uso público de uma das ruas que circundam o terreno, uma via que havia sido fechada e incorporada à área útil do Extra durante uma reforma.
Conforme o estudo de impacto de vizinhança, assinado pela consultora de engenharia Michel Sola, está prevista a construção de 11 pavimentos, divididos entre quatro subsolos, cinco andares acima do solo e um ático.
O prédio foi pensado para receber sete categorias de uso imobiliário: comércio de abastecimento de grande porte, serviços profissionais, comércio de abastecimento de âmbito local, comércio de alimentação de pequeno porte, comércio diversificado de âmbito local, serviços de saúde e serviços pessoais de pequeno porte.
Ainda não há nenhum inquilino definido, mas a GTIS já tem conversas com algumas empresas.
Entre os possíveis interessados estaria a Sul América, que poderia assumir parte das operações no primeiro pavimento com atividades ligadas a serviços de saúde de pequeno porte.
O projeto também deve ter espaço para um supermercado gourmet, que deve ser instalado na região do primeiro piso, disse uma fonte a par do tema.