No Recife, um complexo com hotel surfa a demanda reprimida de eventos

No Recife, um complexo com hotel surfa a demanda reprimida de eventos
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RECIFE — A demanda por espaço para eventos que ficou reprimida na pandemia só agora está sendo destravada aqui nesta capital.

Até o ano passado, a cidade ainda não tinha um espaço de referência para congressos e exposições – um vácuo que foi ocupado em agosto com a inauguração do Recife Expo Center, empreendimento construído na região central e que tem como principal acionista a família Maranhão, uma das mais tradicionais do estado.

Antes de completar seu primeiro ano de operação, o Recife Expo Center está se surpreendendo com a demanda e agora projeta para 2025 bater a meta que havia sido posta para 2028, com um faturamento de R$ 8 milhões a R$ 9 milhões.

“Considerando o que já fizemos nesse início de ano e o que já está contratado, devemos chegar a agosto com 85% da meta de 2028, e podendo nos aproximar da meta de 2029 ao fim do ano,” o sócio-investidor Romero Maranhão Filho disse ao Metro Quadrado.

Romero Maranhao Filho ok

Antes da inauguração do Recife Expo Center, a região metropolitana contava apenas com o Centro de Convenções de Pernambuco, localizado em Olinda.

Com um pavilhão maior, de 20 mil m², o espaço de Olinda acaba recebendo eventos maiores, mas tem a desvantagem de ter uma estrutura mais antiga, construída há mais de 40 anos.

Mais voltado para exposições de pequeno e médio porte, o Recife Expo Center chegou à marca de 100 e tem recebido desde congressos médicos até encontros do setor de logística.

O centro de eventos faz parte de um complexo erguido no Cais de Santa Rita que inclui também um hotel e uma marina, todos inaugurados ao mesmo tempo e com investimento total de R$ 280 milhões.

“Essa é uma área muito bonita da cidade que estava abandonada,” disse Romero.

Ele e seu primo André Maranhão são donos de 40% do complexo, por meio da Máxima Empreendimentos. O restante é dividido entre os grupos Excelsior Seguros, Hima Participações e GL Empreendimentos, todos locais.

O hotel, que leva a bandeira Novotel, é um quatro estrelas pensado justamente para receber os participantes dos eventos do Recife Expo Center.

“Fizemos um hotel de quatro estrelas e não de cinco porque muitas empresas, por uma questão de compliance, não podem reservar hotéis cinco estrelas para seus funcionários,” disse Romero.

“E é um hotel que serve também para o recifense que antes ficava em um bangalô na praia de Muro Alto para passar o fim de semana e agora pode só pegar um Uber e ir para o nosso hotel.”

O complexo começou a ser desenhado ainda na gestão do governador Eduardo Campos (2006-2014), quando o hoje prefeito João Campos ainda era um adolescente, com a concessão feita em 2013.

O projeto levou anos para ser concluído e acabou incluindo o próprio João Campos nas discussões, agora como prefeito, para aprovação do licenciamento do centro de convenções.

“Eu ainda era muito mais jovem e lembro de ver Romerinho desenhando esse projeto junto com meu pai,” João disse na cerimônia que celebrou a marca de 100 eventos do Recife Expo Center.

“E agora há pouco eu brinquei com ele a respeito da meta de 2028 batida em 2025: ou a meta estava muito baixa ou vocês estão muito bons de serviço. Mas agora que bateu a meta, vamos dobrar a meta.”

O espaço do centro, pelo menos, já é certo que será ampliado.

O complexo comprou dois galpões vizinhos e deve reformá-los para integrá-los ao centro.

Os estudos para definir como os espaços serão aproveitados ainda estão sendo feitos, mas o fato é que o centro vai quase dobrar de tamanho, saindo de 8 mil m² para 14,5 mil m². Por enquanto, a área está sendo usada como estacionamento.

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