Antiga sede da Caixa no Rio será retrofitada à la Barra da Tijuca

Após cinco anos sem inquilinos, o edifício corporativo Almirante Barroso, no Centro do Rio de Janeiro, será convertido em um residencial de alto padrão.
O imóvel da Avenida Rio Branco – ocupado no passado pela Caixa Econômica Federal – está vazio desde 2019, quando o banco deixou o prédio.
A propriedade pertence a um fundo imobiliário, que era gerido e administrado pelo BTG Pactual, substituído há dois meses por decisão dos cotistas.
Enquanto a administração fiduciária passou para a Actual DTVM, a gestão do fundo ficou com a Áfira Investimentos. Já a responsabilidade pelo novo projeto foi assumida pela Nigri Incorporadora.
“Antes havia uma gestão passiva voltada apenas a preservar o ativo, sem alterações significativas. Agora, com a gestão ativa, foi possível planejar a conversão para uso residencial,” Jean Moscavitch, sócio da Áfira, disse ao Metro Quadrado.
Inaugurado em 1958 e adaptado em 1960 para abrigar a Caixa, o projeto incluiu três subsolos, cisternas, um andar técnico de grande porte, subestação própria e cofre.
A configuração robusta, de 50 mil metros quadrados, garante viabilidade para o retrofit em larga escala.
O retrofit pelo qual o prédio passará simboliza um novo momento que o Centro do Rio está vivendo, com estímulos da Prefeitura para o setor privado investir em projetos residenciais em áreas até então vistas como abandonadas e inseguras.
O antigo prédio da Caixa – que foi incluído no Reviver Centro, o programa da Prefeitura de requalificação da região central – terá unidades residenciais modulares, a partir de 32 m², que podem ser combinadas em plantas maiores. As opções vão de studios a apartamentos de três quartos.
A intenção dos incorporadores é que o prédio não seja ocupado apenas por jovens profissionais em busca de proximidade do trabalho, mas também por casais e núcleos familiares que enxergam na região acesso a transporte, equipamentos culturais e serviços.
Além da localização estratégica, com acesso a metrô, VLT e linhas de ônibus, o condomínio contará com 15 mil m² de áreas comuns, com piscinas, spa, academia, jardins, pista de skate e até boliche.
“Hoje, quando se fala em condomínio com área de lazer completa, todo mundo lembra da Barra da Tijuca. O Almirante Barroso nos permite levar esse modelo para o Centro, com espaços coletivos que nunca foram vistos em residenciais da região,” disse Raphael Nigri, sócio diretor da Nigri Incorporadora.
No térreo, uma loja de 3,6 mil m², antes uma agência do banco, será ocupada por um supermercado, oferecendo serviços de conveniência que antes não existiam em grande escala no bairro.
“Esse prédio tem uma história importante e agora carrega a responsabilidade de escrever um novo capítulo, consolidando o Reviver Centro no Rio de Janeiro,” disse Raphael.