Com JV, Direcional e Moura Dubeux querem liderar MCMV no Nordeste

Com JV, Direcional e Moura Dubeux querem liderar MCMV no Nordeste
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As incorporadoras Direcional e Moura Dubeux estão criando uma joint venture para desenvolver novos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida no Nordeste – um acordo desenhado para unir as principais características de cada empresa.

Enquanto a Direcional quer se valer da capilaridade de um dos maiores players da região, a Moura Dubeux está se aliando a um nome com experiência no segmento de baixa renda. O objetivo é assumir a liderança no Nordeste do MCMV, programa que tem sido impulsionado pelo Lula 3.

Ricardo Gontijo ok

A operação será iniciada por Salvador, Recife, Natal e Fortaleza, e o primeiro empreendimento deve ser lançado ainda neste ano, os CEOs das duas empresas disseram ao Metro Quadrado.

“Vamos começar já com terrenos que temos dentro das empresas com projetos em aprovação. É só esperar a aprovação do CADE e botar a operação conjunta para rodar,” disse Ricardo Gontijo, o CEO da Direcional.

A Direcional já atua em Salvador, Recife e Fortaleza, mas entende que a parceria com a Moura Dubeux – presente em sete das nove capitais nordestinas — ajuda na escala e no ganho de share.

“À medida que ganhamos share, nos beneficiamos em negociação com fornecedores, reconhecimento da marca por parte dos clientes e atração de força de vendas,” disse Gontijo.

Já a Moura Dubeux, que atuou mais fortemente no alto e altíssimo padrão até agora, pretende impulsionar a Única, sua marca criada para operar a Faixa 3 do MCMV — voltada a famílias com renda mensal de até R$ 8,6 mil — e que deve lançar os primeiros projetos também neste ano.

“A Faixa 3 cresceu demais no Brasil e tem atendido à demanda das famílias ao mesmo tempo em que é um dos segmentos mais rentáveis do programa,” disse Diego Villar, o CEO da Moura Dubeux.

Diego Villar Moura Dubeux

A parceria também deve englobar projetos voltados à recém-criada Faixa 4 do MCMV — que atende compradores com renda de até R$ 12 mil mensais — por meio da Mood, marca da Moura Dubeux para a média renda, e da Riva, a subsidiária da Direcional que atua no segmento.

A joint venture terá 50% de participação para cada. Os empreendimentos também serão divididos em fatias iguais.

“A decisão de executar vai ser de quem tiver a melhor capacidade de realizar venda, construção e repasse em cada praça em que atuamos,” disse Villar.

“Esse mercado está muito subatendido e enxergamos hoje uma oportunidade grande de atuação no Nordeste. As duas empresas têm capacidade de execução e estrutura de capital para aproveitar a oportunidade,” disse Gontijo.

A parceria foi bem-recebida pelos analistas de real estate. Para a XP, por exemplo, ainda faltam detalhes para projetar o impacto financeiro da JV, mas já é possível vislumbrar benefícios para as duas companhias.

O BTG Pactual também acredita que o movimento deve resultar em uma série de oportunidades para ambas, “já que elas se destacam em suas operações.”

Os analistas do BTG afirmaram ainda que as duas ações negociam atualmente em um patamar de valuation atrativo com base nas projeções para 2026 — 7.0x P/E na Direcional e 4.5x na Moura Dubeux.

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