Planik troca os estúdios pelo alto padrão para atingir R$ 1 bi de VGV

Planik troca os estúdios pelo alto padrão para atingir R$ 1 bi de VGV
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Depois de o mercado de apartamentos compactos passar por um aumento relevante de oferta em São Paulo, a Planik está reduzindo a sua exposição a esse nicho que foi o seu foco nos últimos anos.

Agora, a incorporadora paulistana está fazendo uma espécie de volta às origens, ao dar prioridade ao segmento que já foi o seu core no passado e que tem sido um dos mais resilientes do mercado em tempos de Selic a 15%: o alto padrão.

Com o movimento, a empresa quer atingir a marca de R$ 1 bilhão em VGV anual pela primeira vez em seus 40 anos de história.

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A primeira etapa do plano já foi colocada em curso com o lançamento recente de um projeto de R$ 300 milhões de VGV na Vila Mariana, no entorno do Parque Ibirapuera. Com unidades de 191 a 253 metros quadrados, o ticket médio do empreendimento varia de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões.

Para o segundo semestre, a companhia prepara mais três lançamentos de alto padrão em Moema, Chácara Klabin e Vila Mariana que devem somar mais R$ 700 milhões em VGV.

“São regiões extremamente demandadas e já consolidadas, mas que ainda possuem muito interesse de migração e em projetos bem qualificados com potencial de desenvolvimento de longo prazo,” o CEO Isaac Jacques Khafif disse ao Metro Quadrado

Pelas projeções da companhia, o alto padrão deve representar de 50% a 75% dos lançamentos nos próximos anos, enquanto os apartamentos compactos devem cair para algo entre 20% e um terço.

No mercado, há um temor de que os compactos estejam enfrentando um excesso de oferta, após o nicho chegar a representar 54% dos lançamentos não ligados ao Minha Casa Minha Vida em São Paulo – em 2016, eram 22%.

Já o segmento de alto padrão tem sido uma saída para as incorporadoras que querem atingir o público que depende menos de financiamento bancário.

Fundada nos anos 1980 por Jacques Khafif, o pai de Isaac, a Planik tocou seus primeiros projetos por meio de clubes com investidores de alta renda. 

Ele esteve à frente da companhia nos primeiros 20 anos, atuando principalmente em Higienópolis e nos Jardins e em imóveis de veraneio no litoral paulista.

O empresário decidiu sair do ramo no início dos anos 2000 e a empresa ficou parada até Isaac assumir os negócios em 2010, agora sob o nome de Planik.

Naquele momento, o executivo reiniciou os trabalhos com o médio e alto padrão em unidades de 60 a 180 m². Depois, em 2019, enxergou uma oportunidade com a tendência crescente dos estúdios em São Paulo.

“Foi uma forma de atuarmos nos bairros mais nobres da cidade, em que o nível de exigência do cliente e de qualidade construtiva já é altíssimo, e ganhar um aprendizado na preparação para esse momento de volta ao alto padrão.”

A marca de compactos da empresa – a Nik – acumula mais de R$ 1 bilhão em VGV, com oito lançamentos — o mais recente deles neste ano, na região da Avenida Faria Lima.

Hoje, a empresa tem um landbank de R$ 2,2 bilhões para o biênio de 2025 e 2026. “Estamos em uma trajetória muito segura para ao menos manter essa faixa de lançamentos de R$ 1 bilhão por ano.” 

Segundo ele, a empresa não depende do humor de mercado para manter o ritmo, pois trabalha apenas com funding próprio.

 

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