As ações de real estate que podem surfar a rotação global

As ações de real estate que podem surfar a rotação global
|

As incertezas que rondam a economia americana têm levado os estrangeiros a topar o risco de investir em mercados emergentes – o que tem impulsionado a recente aceleração da Bolsa brasileira.

Na avaliação do Bradesco BBI, há quatro ações de real estate que podem se beneficiar dessa volta do capital externo: Cyrela, Cury, Multiplan e Allos.

A Cyrela, embora já costume entrar nas listas de preferidas do setor, ainda tem um upside potencial devido a uma expectativa de redução do custo de capital, diz o BBI, que estima preço-alvo de R$ 31.

As dificuldades nos segmentos de renda média e alta sugerem que a Cyrela pode estar se aproximando do pico de seu atual ciclo de negócios, ao bater o recorde de VGV lançado em 2024, com R$ 10 bilhões – mas o BBI não descarta que a empresa seja lembrada para surfar esse momento devido à sua liquidez e à maior correlação com as taxas de longo prazo.

“A avaliação indica uma assimetria positiva em 5,0x P/E 25e, mesmo com a ação sendo negociada a 1,05x P/BV LTM, um nível que consideraríamos justo com um custo de capital de 20%,” escrevem os analistas Bruno Mendonça, Petro Lobato e Herman Lee.

A Cury, por sua vez, tende a substituir a MRV e Eztec como a segunda opção do investidor para o setor, por reunir uma série de fatores que vai além da pouca exposição à Selic, dado que atua na baixa renda, com o Minha Casa Minha Vida.

O BBI pontua que a empresa registra anos sucessivos de lucros superando projeções e com revisões para cima; ROE superior a 60%; caixa líquido, payout de 70% a 90% e um dividend yield recorrente de dois dígitos.

O banco estima um CAGR de 28% para os ganhos por ação para o período de 2024 a 2026.

“A valorização da Cury parece depender fortemente de um declínio no custo de capital, mas não descartamos uma valorização adicional a partir de lançamentos maiores do que o esperado entre 2025 e 2027, em meio a condições favoráveis ​​no MCMV,” disseram os analistas. O preço-alvo é de R$ 29.

Entre os shopping centers, o BBI diz que as principais ações do setor têm um desempenho inferior ao das incorporadoras em 2025 mesmo com os sólidos resultados operacionais, mas que o cenário deve melhorar com a redução de juros.

“Para investidores dispostos a antecipar esse movimento, vemos Multiplan e Allos como as principais escolhas aqui devido à liquidez acima da média das ações, de R$ 80 a R$ 100 milhões,” disseram.

O banco estima preço-alvo para Multiplan e Allos de R$ 31 e R$ 28, respectivamente.

Siga o Metro Quadrado no Instagram

Seguir