Hedge cria ETF de FIIs de tijolo para atrair investidores globais

Hedge cria ETF de FIIs de tijolo para atrair investidores globais
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A Hedge está pondo na rua o primeiro ETF do Brasil a replicar um índice formado exclusivamente por fundos imobiliários de tijolo, numa estratégia para atrair recursos de investidores estrangeiros.

Com capitalização de mercado teórica de R$ 60 bilhões, o Hedge Brasil Equity REITs (HERT11) terá uma cesta de 31 FIIs de tijolos, replicando o FTSE Hedge Brazil All Equity REITs, um índice criado pela própria Hedge em parceria com a FTSE Russell que concentra os maiores e mais líquidos fundos de cada segmento da classe.

A aposta em um ETF com essa proposta se deve ao fato de que, nos Estados Unidos, os ativos de tijolos são muito mais populares entre investidores, com R$ 1,3 trilhão aplicados nos REITs, do que os de papéis, com cerca de US$ 50 bilhões.

“Ou seja, quando o estrangeiro pensa em fundos imobiliários, ele pensa em tijolo,” Felipe Freitas, o diretor de distribuição da Hedge, disse ao Metro Quadrado.

Popularizar os FIIs brasileiros no exterior e atrair o olhar (e o cheque) gringo para cá tem sido missão da Hedge já há últimos anos.

O fundo de shoppings da casa, por exemplo, o HGBS11, tornou-se o primeiro FII brasileiro a integrar o FTSE EPRA Nareit Global REITs, um dos principais índices globais de REITs do mundo – e está entre as 10 maiores posições da carteira do ETF lançado agora.

O top 5 do novo ETF é formado por XP Malls (XPML11), Patria Log (HGLG11), Kinea Renda Imobiliária (KNRI11), BTG Pactual Logística (BTLG11) e XP Log (XPLG11), que juntos concentram 37% do índice.

Na divisão por segmentos, os shoppings e varejo são destaques e têm um peso de 39,7%. Na sequência aparecem os setores industrial e logístico, com 33,4%, e escritórios, com 21,4%.

Além do foco no tijolo, outra aposta da gestora para atrair os estrangeiros e fundos institucionais é o tamanho e liquidez do produto.

“A maioria dos FIIs que temos aqui são pequenos para receber aplicações dos investidores internacionais, que têm cheques muito grandes,” disse Freitas.

Os patrimônios líquidos dos três maiores fundos imobiliários da B3 hoje estão na casa dos R$ 7 bilhões.

“O nosso ETF tem um PL implícito de US$ 10 bilhões, então os investidores sabem que conseguirão ter liquidez para comprar e vender as cotas.”

Já para atrair também o público local, a gestora optou por desenhar um produto sem o pagamento dos dividendos, mas com outra vantagem tributária.

Ao contrário dos FIIs, os rendimentos distribuídos por ETFs não são isentos e estão sujeitos a uma alíquota de 15% de IR. Por isso, os dividendos do HERT11 serão automaticamente reinvestidos na própria carteira.

Freitas diz que o arranjo é vantajoso porque esse reinvestimento é livre de impostos e o investidor só será tributado quando vender as cotas. A alíquota de ganho de capital nesse caso é menor, de 15% para os ETFs, contra 20% nos fundos imobiliários.

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