Assim como Alceu Valença se encantou pela moça bonita na praia de Boa Viagem, a XP se animou ainda mais com a tese da Moura Dubeux após visitar os canteiros da incorporadora na região da praia mais famosa do Recife.

O braço de research da corretora diz que a incorporadora está entregando mais do que o prometido e por isso elevou suas estimativas para a operação.

A XP agora espera que a incorporadora lance R$ 3,5 bilhões em 2025 (+41%), alcance uma receita líquida de R$ 2 bilhões (+21%) e lucre R$ 344 milhões (+22%) – acima do consenso de mercado, que é de R$ 285 milhões.

As ações da Moura Dubeux sobem 94% no ano e 80% em 12 meses. Mas a XP vê potencial para ganhos ainda maiores e elevou o preço-alvo de R$ 19 para R$ 26.

Segundo a corretora, as novas estimativas consideram que o papel negocia a um múltiplo P/L de 4x projetado para 2026, abaixo da média histórica de 4,2x e em um patamar ainda atrativo a despeito do rali recente.

Já o novo preço-alvo da companhia coloca o múltiplo em 5,3x no ano que vem.

O potencial de ganho é de cerca de 26% ante à cotação do papel hoje, que subia 3%, a R$ 20,57, por volta das 16h00.

Para a XP, o ano de 2025 deve ser de ritmo acelerado na companhia graças ao Novo Cais, maior projeto da história da Moura Dubeux e que entrou em uma nova fase recentemente.

A companhia anunciou o lançamento do Lucena Plaza, empreendimento de alto padrão com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 480 milhões, no início deste mês. De acordo com a XP, o projeto teve uma performance “excepcional” de vendas.

“Este sucesso reflete a demanda reprimida por condomínios de alto padrão, devido aos lançamentos limitados na área e pelo estoque antigo em Boa Viagem,” dizem os analistas.

Com isso, a XP diz que a companhia ganhará confiança para acelerar os lançamentos na região.

A Moura deve anunciar outro projeto de alto padrão ainda neste ano e planeja construir um beach class – sua bandeira para segunda residência –, um edifício corporativo e desenvolver outros dois lotes residenciais no terreno do Novo Cais. O VGV total a ser lançado ultrapassa os R$ 2 bilhões.

Além disso, a corretora também acredita que as bandeiras Mood e Única – marcas da Moura Dubeux para produtos voltados à classe média e às faixas mais altas do programa Minha Casa Minha Vida, respectivamente — devem ganhar mais protagonismo na companhia.

“Para a Mood, uma forte velocidade de vendas, baixa concorrência e ventos favoráveis ​​à demanda do grupo 4 do MCMV devem sustentar a expansão contínua da marca, enquanto a Única está começando a ganhar força.”