BTG e Chor compram terreno do Colégio Bennett no Rio. O VGV é de R$ 500 milhões

O BTG Pactual e o empresário Rogerio Chor vão erguer um condomínio de alto padrão na área do antigo Colégio Bennett, um dos últimos grandes terrenos do bairro do Flamengo, na zona sul do Rio.
A expectativa é que o lançamento ocorra no fim do ano, com 350 unidades de um a três dormitórios em duas torres, e preço de R$ 20 mil por metro quadrado. O VGV estimado é de cerca de R$ 500 milhões.
Há conversas avançadas para o empreendimento ser um branded residence com o estúdio Pininfarina, fontes do mercado disseram ao Metro Quadrado.
A marca italiana – que fez seu nome desenhando carros para a Ferrari – já assina vários projetos imobiliários no Brasil, inclusive um outro no Rio com a incorporadora Origem, na Barra.
Chor e o BTG arremataram o terreno de 15 mil metros quadrados no ano passado por cerca de R$ 60 milhões após a dona do Bennett, a Fundação Metodista do Rio de Janeiro, entrar em recuperação judicial. O Colégio Bennett teve suas atividades encerradas em 2020, no início da pandemia.
A aquisição é emblemática porque acontece num bairro tradicional da zona sul que já viveu seu auge e hoje é conhecido pela escassez de áreas, similar ao que ocorre com a região de Higienópolis em São Paulo.
Chor já tinha feito um acordo para aquisição com a fundação durante o processo de RJ, e por isso teve preferência no leilão.
Já o BTG acabou entrando no negócio porque era credor da instituição. Com o ativo agora na sua área de special sits, o banco terá dois terços do projeto, enquanto Chor ficará com o restante.
O terreno, na Rua Marquês de Abrantes, hoje é ocupado pelo colégio Pensi, do Grupo Eleva, e por uma faculdade de medicina da Ser Educacional.
As duas instituições de ensino entraram em acordo com os novos donos para seguirem inquilinas, com algum remanejamento de espaço.
Dos 15 mil m², dois terços serão ocupados pelas duas instituições de ensino, e um terço pelo condomínio que será construído.
“Pelo tamanho, vamos conseguir fazer uma boa área de lazer, com quase 2 mil m², algo que tem dado muita força nos lançamentos,” Chor disse ao Metro Quadrado.
O Flamengo, um dos bairros da zona sul mais próximos da região central, se caracterizou nos últimos anos por lançamentos focados em estúdios justamente pela escassez de grandes terrenos.
“Este lançamento será um dos três maiores dos últimos 30 anos no Flamengo,” disse Chor. “Com essa pouca oferta, o Flamengo tem uma liquidez impressionante, porque é um bairro que tem uma ótima área de lazer (o Aterro), o metrô perto, o Parque Guinle, e uma boa oferta de serviços.”
Agora, o último grande terreno disponível na região é o da antiga Casa de Saúde São Sebastião, no Largo do Machado, que encontra dificuldades para ser vendido porque tem alguns espaços tombados e envolve um número grande de famílias no entorno.
O terreno adquirido por Chor e o BTG também tem uma parte tombada: o palacete do século XIX que era usado pelo antigo Bennett e será restaurado para virar uma área comum para as torres do condomínio.