Startup chega ao Brasil para fisgar quem quer comprar imóvel nos EUA

A Waltz – uma startup americana que facilita o financiamento de imóveis para estrangeiros nos EUA – está desembarcando no Brasil.
A expansão faz parte de uma estratégia que também inclui outros mercados da América Latina, como Argentina, Colômbia e México.
Para viabilizar o crescimento, a empresa captou US$ 50 milhões em uma combinação de equity e dívida, incluindo uma nova linha de crédito de US$ 25 milhões da gestora americana Setpoint. No equity, atraiu nomes como a TLV Partners e Aleph, além de um grupo de investidores-anjos.
O capital permite ampliar a capacidade de empréstimos em até US$ 1 bilhão.
A expansão é uma aposta da Waltz na demanda crescente dos latino-americanos, que hoje representam 29% dos compradores internacionais nos EUA, de acordo com a National Association of Realtors. O Brasil está entre os três maiores compradores.
“Já recebemos muita demanda do Brasil e de corretores que trabalham com brasileiros e sentem necessidade do acesso à plataforma,” o fundador e CEO Yuval Golan disse ao Metro Quadrado.
A startup lançou uma fase beta para testar essa demanda em julho do ano passado. Desde então, já recebeu US$ 300 milhões em pedidos de financiamentos.
Os mercados mais fortes para a Waltz são Canadá e Israel – o país natal de Golan – mas ele diz que a América Latina vai virar o jogo em breve.
“Acredito que a base de clientes latinos vai ser algo em torno de 35% a 50%,” disse o CEO, que também vê o Brasil tomando o lugar do México como o maior mercado da América Latina.
Segundo Golan, a Waltz só não faturou mais no Brasil na versão beta porque ainda não tem tantos funcionários que falam português – um ponto que faz diferença na hora de fechar negócio.
“Brasileiros amam comprar casas novas em fase de pré-construção, e a pesquisa da NAR só mostra inventário existente. Por isso também acredito que veremos uma grande demanda brasileira vindo aí,” disse o CEO.
Fundada em 2019, a Waltz surgiu justamente pela dificuldade que o próprio Golan sentiu ao tentar comprar um imóvel sendo um estrangeiro.
A ideia é centralizar tudo na plataforma, desde a abertura de uma conta bancária americana para o investidor até a criação de uma LLC (limited liability company) – a empresa que os compradores tipicamente abrem para fazer a compra do imóvel e proteger o patrimônio.
A startup faz em poucos dias um processo que pode durar meses – e sem o investidor precisar estar fisicamente nos Estados Unidos.
“Pesquisamos o ecossistema inteiro e percebemos que as pessoas querem uma vida mais fácil,” disse o CEO.
“Hoje você compra no Mercado Livre com um clique, e recebe tudo dois dias depois. Mas o mercado imobiliário ainda é muito lento e ineficiente.”