Os coworkings estão furando a bolha do Sudeste

Os coworkings estão furando a bolha do Sudeste
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Os coworkings e escritórios flexíveis estão indo além das fronteiras do Sudeste.

Embora a região ainda concentre a maior parte dos espaços do tipo, a cidade onde a categoria mais cresceu no ano passado é Fortaleza.

O número de escritórios flexíveis saltou 128% na capital do Ceará, passando de 64 para 147 unidades, segundo dados do último censo de coworkings da Woba.

No recorte entre estados, o maior avanço também se deu fora do eixo Rio-São Paulo, com Goiás avançando 81% em 2024 e chegando ao número de 103. Já entre as regiões, a maior alta foi no Sul, de 205%.

Segundo Pedro Vasconcellos, um dos fundadores da Woba, um dos fatores que explica essa diversificação geográfica é a expansão das operações de empresas que mais costumam demandar o modelo.

São companhias que pertencem principalmente aos setores financeiro, de tecnologia e vendas, atraídas pela velocidade e custo menor para a abertura dos escritórios do tipo, conhecido pelos espaços abertos e layouts facilmente adaptáveis.

Juntos, esses segmentos representam 57,5% do total de usuários no Brasil.

“O cliente não precisa colocar capex, contratar todos os fornecedores e reformar e, com isso, conseguem um custo de 30% a 50% mais barato do que no modelo tradicional,” Vasconcellos disse ao Metro Quadrado.

A XP, por exemplo, que é uma das clientes da Woba, hoje está presente em mais de 180 cidades por meio desse modelo. O IFood, outro cliente da casa, já ultrapassa as 200 cidades.

O fundador da Woba acredita ainda que o perfil de quem é dono dos coworkings ajuda a explicar o boom recente.

“Os ativos imobiliários estão na mão de menos pessoas, famílias ou fundos específicos que, quando tomam a decisão de atuar no modelo, entram com muitos metros quadrados no mercado.”

Apesar de cada vez mais players entrarem nesse mercado, os escritórios flexíveis e coworkings ainda representam apenas 7% do mercado corporativo — esse percentual era de 5% antes da pandemia.

Segundo estimativas da JLL, 30% de todos os escritórios do mundo devem ser flexíveis até 2030.

Vasconcellos aposta que a expansão contínua de grandes nomes do setor financeiro deve seguir impulsionando esse mercado.

“Se as financeiras, que são consolidadas e têm uma expansão regional muito forte, estão tomando decisão pelo escritório flexível para reduzir custos, todas as empresas vão acabar seguindo e usar o modelo para ajudá-las a crescer.”

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